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quinta-feira, 24 de maio de 2012

ENERGIAS ALTERNATIVAS /  Célula a Combustível


Instituto de Macromolèculas  Professora  Eloisa Biasotto Mano. (IMA)


TEXTO RETIRADO DO RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO DO ALUNO


Michael Lopes Alvaro Nascimento / IFRJ / Campi Duque de Caxias 
realizado no IMA em 2012



Funcionamento de uma célula a combustível

As FCs são compostas basicamente por uma camada de eletrólito em contato direto com dois compartimentos, chamados de eletrodos: o compartimento anódico (eletrodo negativo), onde ocorre a alimentação contínua do combustível umidificado e sua reação de oxidação; e o compartimento catódico (eletrodo positivo), onde ocorre a alimentação do agente oxidante (oxigênio ou ar) e a reação de redução do oxigênio. Apesar de terem o mesmo prícinpio de funcionamento, cada tipo de célula apresenta reação diferenciada, tanto no cadoto quanto no anodo, dependendo do íon transportado.

anodo    : 2 H2  =====   4 H+    +    4 e-
catodo   : O2    +    4 e-    +    4 H+     =====    2 H2O

Os elétrons passam por um circuito externo e os íons H+  são transportados por um eletrólito que une o anodo ao catodo.

As vantagens da FC com relação a outros equipamentos que geram energia é a elevada eficiência, não possuem partes móveis, reduzem a poluição sonora, não emitem gases poluentes como SOx, NOx, CO e não emitem materiais particulados. A desvantagem dessa tecnologia está apenas no fato de ainda possuir um custo elevado. As vantagens das células a combustível têm forte impacto, para sistemas móveis de energia, especialmente para veículos e dispositivos eletrônicos, tais como notebooks, telefones móveis e equipamentos militares de comunicação.
A classificação das FCs pode ser baseada na utilização de parâmetros de funcionamento e estrutura. As variáveis observadas na FC são: o tipo de eletrólito utilizado, diferenças na troca iônica através do eletrólito, tipo de combustível e oxidante utilizado, temperatura e pressão de operação e alimentação direta ou indireta de combustível. Comumente, a classificação utilizada faz referência ao tipo de eletrólito utilizado no sistema da FC.
De acordo com a natureza de eletrólito utilizada, as FCs podem ser alcalinas (AFC), de ácido fosfórico (PAFC), carbonato fundido (MCFC), eletrólito de óxido sólido (SOFC) e de eletrólito de membrana polimérica (PEMFC).
Algumas células realizam o transporte dos íons da forma reversa, ou seja, do catodo para o anodo, são elas: a célula de carbonato fundido e a célula a combustível de óxido sólido, que normalmente operam a temperaturas elevadas.
As FCs as quais o transporte de íons ocorre da maneira tradicional são células alcalinas, o íon transportado é o OH- e são muito intolerantes quanto à presença de CO2. As células com eletrólito de ácido fosfórico têm maior tolerância a impurezas como CO2. O íon transportado é o H+ e algumas vezes o eletrólito é feito de uma mistura de ácido fosfórico e carbeto de silício.
Por fim, as células com membranas poliméricas de troca protônica, que na maioria das vezes são alimentadas por hidrogênio, que sofre uma catálise para poder liberar os prótons H+.

Célula a combustível alimentada diretamente por metanol (DMFC)

Frente a todos os incovenientes da utilização do hidrogênio como combustível, alcoois como metanol e etanol estão sendo utilizados como combustível líquido para as células de eletrólito polimérico. Esse tipo de célula é conhecida como célula a combustível alimentada diretamente por metanol (DMFC) e apresenta algumas vantagens como a não necessidade de reforma do combustível.
Apesar de o metanol ter atividade eletroquímica menor que a do hidrogênio a sua reatividade comparada a outros compostos orgânicos é alta, isso diminui a necessidade de catalisadores complexos no anodo, por ser uma molécula pequena.
As vantagens do metanol sobre o hidrogênio encontram-se no fato de que em termos de volume o metanol apresenta uma densidade energética 50% maior em relação à apresentada pelo hidrogênio líquido; ele pode ser manuseado em condições ambientais normais e pode ser obtido através de combustíveis fósseis e também por meio de fontes renováveis como a biomassa.
O funcionamento básico da DMFC é similar ao da célula alimentada por hidrogênio, porém além da água são gerados outros subprodutos. A DMFC possui um anodo separado do catodo por um eletrólito de membrana polimérica. No anodo, o metanol é eletroquimicamente oxidado a dióxido de carbono e, durante esse processo são liberados prótons e elétrons.
Os íons H+ liberados são transportados do anodo para o catodo através do eletrólito de membrana polimérica e os elétrons circulam por um circuito externo, fornecendo energia para os dispositivos conectados. Já no catodo, os prótons combinam-se com oxigênio do ar que é reduzido, formando água. 

O bom funcionamento da DMFC depende do consumo de água para evitar a desidratação da membrana e da oxidação do metanol. Por isso, o metanol não é alimentado puro, e sim é utilizada como combustível uma solução aquosa de metanol. A água está presente, sendo consumida no anodo e produzida no catodo.
Outro fator que influencia o desempenho da DMFC é a baixa seletividade da membrana ao metanol, o que acarreta no fenômeno conhecido com metanol crossover. A ocorrência desse fenômeno está relacionada ao gradiente de concentração do metanol no anodo. Nesse caso, o metanol é transportado diretamente do anodo para o catodo, sem sofrer as dissociações necessárias. Quando o metanol reage diretamente com o oxigênio, mesmo consumindo todo o combustível, não é produzida nenhuma corrente.
Diferentemente das células a combustível alimentadas por hidrogênio onde as membranas de ácido perfluorsulfônico são dominantes, nas células a combustível alimentadas por álcool existe uma grande variedade de eletrólitos poliméricos que podem ser utilizados na DMFC, cada qual com as suas vantagens e desvantagens. A utilização de novos eletrólitos poliméricos visa principalmente à redução de custo e melhores desempenhos.
Um dos requisitos para a membrana ser utilizada em DMFC é ter baixo custo, alta condutividade protônica, baixo coeficiente de permeação do combustível que nesse caso é o álcool, capacidade de operar em temperaturas moderadas, elevada estabilidades mecânica e térmica. Outras propriedades como difusão de água e absorção de água e ou metanol também são avaliadas para operação de um sistema.

Membranas de Poli (Álcool vinílico) (PVA)

As células a combustível de eletrólito polimérico (PEMFC) tornaram-se populares devido à possibilidade de utilização em temperaturas menores que as células a combustível tradicionais. Nesse tipo de célula, o eletrólito polimérico é que separa fisicamente o catodo do anodo e realiza a condução de prótons entre os mesmos. O destaque das células que empregam as membranas poliméricas como eletrólito está em operações abaixo de 100 ºC, para aplicações em veículos e principalmente para dispositivos portáteis como celulares e computadores. Um dos polímeros mais utilizados em PEMFC é o Nafion®, comercializado pela Dupont.
Apesar do Nafion® ser excelente condutor de prótons, as pesquisas em eletrólitos poliméricos concentram esforços em desenvolver eletrólitos que tenham bom desempenho em temperaturas moderadas (≤100 ºC), possuam boa estabilidade eletroquímica e que sejam baratos para popularização da DMFC. A modificação de polímeros orgânicos com cargas inorgânicas visando à diminuição do efeito de crossover do metanol vendo sendo utilizada no Nafion® e recentemente vem sendo utilizada para reticulação e inserção de grupos iônicos em polímeros que já possuem excelente propriedade de barreira ao metanol, como no caso do poli(álcool vinílico).
O principal interesse em utilizar o PVA como matriz polimérica para utilização em DMFC encontra-se no fato dele ser um polímero solúvel em água, dispensando o uso de solventes orgânicos para formação de filmes, ter baixo custo e apresentar excelente propriedade de barreira à permeação de moléculas de álcoois, porém dois fatores podem comprometer a utilização de PVA em DMFC, sua elevada afinidade pela água que pode levar a um grau de inchamento muito elevado, comprometendo a estabilidade dimensional da membrana e a falta de grupos iônicos condutores em sua estrutura. Assim, vários métodos têm sido relatados para preparar membranas com alta condutividade de prótons baseadas em PVA para aplicação em DMFC.

O Projeto

            No laboratório de síntese de polímeros especiais do Instituto de Macromoléculas, do professor Ailton, o projeto era de fazer uma membrana polimérica de uma célula a combustível a base de PVA, com várias formulações diferentes, realizando testes posteriormente, analisando quais obtiveram os melhores resultados.
            Objetivando maior propriedade de barreira, ele foi modificado com sílica através do processo sol-gel para melhorar seu desempenho na DMFC como o tetraetoxissilano (TEOS) e, visando evitar que a reação sol-gel ocorra rápido, como no caso do TEOS, o mercaptopropiltrimetoxissilano (MPTMS), reduzindo a contração da membrana durante o tratamento térmico.

Polimerização das células

            As membranas da célula a combustível eram polimerizadas através de um processo que iniciava - se com a solubilização em água de certa quantidade de poli(álcool vinílico) (PVA), a altas temperaturas e agitação constante, posteriormente adicionava - se os aditivos Teos e Mercapto (MPTMS), após o conteúdo estar misturado, uma bomba de vácuo era instalada na abertura do recipiente, realizando a retirada do ar, evitando posteriores bolhas nas membranas, após duas horas com essa bomba, o conteúdo do recipiente era posto na estufa para secar para ser retirado somente no dia seguinte com as membranas em seu estado final.
                Após serem retiradas da estufa, as membranas eram cortadas de forma que pudessem ser realizados os testes devidos com as mesmas, os testes realizados eram os de pervaporação, adsorção e de condutividade protônica num potenciostato PGSTAT-30 da Autolab.

Adsorção
Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido, o adsorvido, a uma superfície sólida, o adsorvente. Como o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície, todas as membranas devem ter aproximadamente o mesmo tamanho. Antes de iniciar o processo em si, as membranas devem ter seu peso e espessura iniciais aferidos.

 O teste de adsorção das membranas de PVA consiste na colocação das mesmas em frascos contendo água ou um álcool, no caso o etanol, estes frascos eram banhados em água a diferentes temperaturas. Após essa etapa deve-se então medir o peso das membranas nos períodos de uma, três, cinco, vinte e quatro e vinte e seis horas, neste ultimo mede-se também sua espessura final.
Este teste foi realizado três vezes para cada membrana, tanto em água como em etanol.

Pervaporação
A pervaporação é um processo de separação por membranas em que um componente de uma mistura líquida passa preferencialmente através de uma membrana. Usualmente são utilizadas condições de baixa pressão (vácuo) para iniciar o processo de separação.
No caso das células a combustível o equipamento de pervaporação tem como função calcular a quantidade de etanol que passava pela membrana sem sofrer as dissociações necessárias, o que acarretaria na não geração de corrente elétrica, diminuindo a eficiência da célula.
As membranas deste teste tem tamanho maior que as testadas na adsorção, para que se ajustassem ao aparelho sem deixar passar etanol pelas suas beiradas, o que geraria um erro no resultado.
De um lado temos etanol a altas temperaturas conectado a três membranas, cada uma ligada a um tubo em U diferente, chamado Trapp, previamente pesado, todos os três ligados a uma bomba de vácuo que puxa o etanol através das membranas.
            Caso alguma quantidade de etanol consiga passar pela membrana ela é transferida para o Trapp, que é mantido banhado em nitrogênio líquido, congelando o etanol nele aprisionado que se concentraria no fundo do recipiente, evitando assim que etanol em estado líquido fique nas paredes do mesmo, o que gera erros na medição.
            O teste é feito em aproximadamente quatro horas, a cada período de uma hora os trapp devem ser retirados e pesados assim que descongelarem, sendo que o primeiro grupo de trapps é utilizado para a estabilização do equipamento.


Condutividade Protônica

            Os testes de condutividade protônica são realizados no potenciostato PGSTAT-30 da Autolab, o potenciostato é um dispositivo eletrônico que controla a diferença de potencial elétrico entre o eletrodo de trabalho e o eletrodo de referência. Há outro modo de operação do equipamento chamado galvanostato, onde, ao invés do controle do potencial, o equipamento controla a corrente que passa pela célula eletroquímica e mede a diferença de potencial entre o eletrodo de trabalho e a referência.
            As membranas a serem testadas eram colocadas dentro do aparelho, entre dois eletrodos e submetidos a diferentes temperaturas. Os dados eram coletados pelo próprio equipamento e armazenados direto no computador do laboratório. Sendo somente necessária a intervenção para a troca de membranas após vinte e quatro horas.

Conclusão

Referências

4.    RAMOS FILHO, F. G. Membranas híbridas para uso em células a combustível. 2009. 146 p. Dissertação (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
5.    SANTOS, M.S.dos Preparação, caracterização e avaliação de condução protônica em membranas à base de poliimidas e poli (álcool vinílico) contendo materiais sulfonados. 2006. 165 p. Dissertação (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
6.    VIANNA DE AGUIAR, L.C. Membranas de PVA para aplicação em células a combustível de alimentação direta de metanol. 2010. 29 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) - Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

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